Data Literacy: você já ouviu falar na alfabetização de dados?

Estamos na era da informação e vivendo o que muitos chamam de quarta revolução industrial, por isso já estamos acostumados a ouvir que o mundo está mudando e que novas tecnologias estão surgindo. É normal que passemos por um processo de adaptação às novidades, precisamos reaprender a lidar com os recursos que surgem a cada dia, assimilar tudo o que substitui o velho e, mais do que isso, entender como podemos usar todas essas informações de forma inteligente aplicando em nossas rotinas. 

Dentro desse mundo de novas informações estão os dados. Aos montes, somos soterrados por números e fragmentos, todos muito importantes, mas que sozinhos não produzem conhecimento. É aí que a Data Literacy ganha destaque. Também conhecida como alfabetização de dados, podemos dizer que é a capacidade de ler, entender, gerenciar, analisar e argumentar por meio de dados. 

Muito mais do que apenas recebê-los passivamente, é sobre compreendermos como podem ser usados. Afinal, o conhecimento e a análise gerados a partir deles nos fornecem informações valiosas para tomar decisões mais assertivas e, de um modo geral, qualificar as empresas. 

Originalmente, Data Literacy se refere à alfabetização de dados e à capacidade de compreensão para trabalhar e analisar as informações de forma individual. Disso surgiu o termo Corporate Data Literacy, como uma definição para a capacidade de uma organização de fazer tudo isso, ler, analisar, utilizar para decisões, argumentar e comunicar dados, mas voltado para o todo da corporação.

Apesar da pequena diferença, de forma geral, ambos dizem respeito à habilidade de tratar os dados e dar a devida importância a eles. Por isso, hoje vamos entender um pouco mais sobre esse mundo e porque tantas empresas estão aderindo à técnica!  

Por que adotar a alfabetização de dados?

Talvez você se pergunte por que a sua empresa deveria se importar com Data Literacy. Esse é um questionamento que grandes empresas, provavelmente, já passaram e hoje sabem muito bem qual é a resposta. Organizações como Amazon, Facebook e Netflix estão um passo à frente, pois entendem a importância de utilizar os dados de maneira inteligente. Dessa forma, analisando todas as informações, elas conseguem tomar decisões mais seguras, além de poderem seguir tendências. 

Mas, apesar de parecer um recurso atual, a valorização dos dados que nos são fornecidos já vem de tempos, há pelo menos 15 anos. A frase “dados são o novo petróleo”, conhecida por todo o mundo, foi dita pelo matemático britânico Clive Humby em 2006. Apesar de épica, essa visão já não é mais tão atualizada. Para James Bridle, escritor e pensador da área de tecnologia, os dados não são o novo petróleo, eles são o novo poder nuclear. Para Bridle, “os dados são uma mercadoria valiosa e poderosa, mas, ao contrário do petróleo, são ilimitados em quantidade e capacidade de causar danos”.

Além disso, o presidente e CEO do MasterCard, Ajay Banga, afirmou em uma audiência na Arábia Saudita: “acredito que os dados sejam o novo petróleo. Estou dizendo isso neste país porque acredito que a prosperidade que o petróleo trouxe nos últimos 50 anos, os dados trarão nos próximos 50, 100 anos se você usar da maneira certa”.

Não é à toa que os estudos na área avançam cada vez mais, pois há um grande movimento, principalmente por parte de empresas maiores, em direção às novas possibilidades que os dados oferecem. Essas pesquisas buscam auxiliar da melhor forma aos que desejam entender como os dados funcionam e como eles podem ser aplicados no dia a dia das organizações.

A chamada quarta revolução industrial exige mudanças constantes com o avanço das tecnologias. Automação, robótica e inteligência artificial estão evoluindo e provocando alterações em nossa rotina e na forma como trabalhamos, não só individual, mas principalmente de empreendimentos. 

Mike Capone, o CEO da líder global de análise de dados Qlik, diz que “a capacidade de traduzir dados em informações úteis que inspiram ações ainda foge de muitos de nós: habilidades de dados generalizadas não existem na força de trabalho de hoje, os dados não são democratizados e não são incentivadas, nem encorajadas, as tomadas de decisões baseadas em dados”. 

Mas, por que isso acontece? Nós estamos cercados de dados, inclusive agora: a forma como esse texto chegou até você, provavelmente, foi baseada em dados. É assim que tudo acontece na internet, são dados que você deixa que vão ajudando a afunilar o conteúdo que você recebe. Afinal, aquelas sugestões de vídeos no YouTube não são por acaso, e não é sem querer que aquele mesmo produto que você pesquisou o preço na internet continua aparecendo em todos os sites que você navega depois. 

Todos os dias muitos dados são observados, coletados e analisados, e, consequentemente, transformados em informações valiosas. Desde quando você acorda e pesquisa qual é a previsão do tempo para o dia, o que vai te ajudar na escolha da roupa, até informações médicas que precisam ser preenchidas quando você precisa ir ao hospital por algum motivo.  

Agora, pense em um ambiente corporativo, quantos dados podem ser analisados? Tudo tem potencial para ser estudado. Por exemplo, imagine que você precisa tomar uma decisão em relação aos funcionários, se é realmente necessário contratar mais colaboradores. Não é muito melhor ter em mãos o número de horas trabalhadas, a sua capacidade produtiva, os resultados obtidos por eles previamente e a demanda que a empresa recebe todos os dias para fazer uma escolha mais acertada? Sem dados, você teria que se basear em achismos, uma atitude que não é mais aceita por empresas que desejam crescer. 

As divisões de Data Literacy

Você já ouviu falar no Data Literacy Index? Trata-se de um estudo encomendado pela Qlik em nome do Data Literacy Project. Pesquisa e análise foram conduzidas pela IHS Markit, PSB Research e acadêmicos da Wharton School, University of Pennsylvania. Ao longo da pesquisa foram definidos três pilares, que se subdividem em seis, da Corporate Data Literacy, de acordo com o quadro original abaixo:

Sendo assim, a divisão pode ser compreendida em:

  • Habilidades de alfabetização de dados: focando na contratação de funcionários que tenham esse conhecimento e treinamentos por meio de programas de educação para ajudar todos a entenderem e usarem os dados em suas funções.
  • Tomadas de decisões orientadas por dados: essa tomada de decisão com base em dados é medida pela descentralização de dados e pelos recursos de dados. A primeira é para que os indivíduos tenham acesso aos dados necessários, e a segunda garante que as informações sejam capturadas e apresentadas de uma maneira que ofereça suporte à tomada de decisões orientada a dados.
  • Dispersão de dados: a dispersão de habilidades de dados mede a extensão do uso de dados em toda a organização, com base na crença de que todos os departamentos, não só os grupos de funções especializadas, devem ser capazes de obter insights, ou seja, conhecimentos, baseados em dados, além de saber como agir sobre eles.

Com essa divisão é possível ter uma visão mais ampla sobre Data Literacy, entendendo que não é, ou não deveria ser, uma habilidade exclusiva de quem trabalha na área de tecnologia da empresa. Deve ser uma preocupação de todos os colaboradores, afinal todas as áreas conseguem gerar dados de qualidade, basta saber compreendê-los de maneira eficiente. 

O que dizem os dados?

Hoje o nosso assunto principal gira em torno de dados, então, por que não utilizá-los para explicar um pouco melhor a situação? Como já dissemos aqui, a Qlik é uma referência na análise de dados. Segundo a pesquisa The Data Literacy Index, focar em aprimorar a alfabetização de dados afeta positivamente a margem bruta, o retorno sobre o patrimônio e o retorno sobre as vendas de uma empresa. Tudo isso resulta em US$ 320 a US$ 534 milhões de diferença se comparar com empresas que não estão interessadas em Data Literacy.

Outras informações que também foram obtidas com essa mesma pesquisa dentro de organizações corporativas podem ser observadas abaixo:

  • 24% dos tomadores de decisões de negócios são confiantes em sua capacidade de usar dados;
  • 32% dos líderes de diretoria são classificados como alfabetizados em dados;
  • 21% dos jovens de 16 a 24 anos se classificam como alfabetizados em dados.

Esses números ainda são considerados baixos se levarmos em conta a importância do assunto e o quanto os dados podem ser relevantes para a saúde e o crescimento das organizações. Entenda que, assim como todos os assuntos que tratamos aqui no blog da Solution, essa é mais uma habilidade que, se bem desenvolvida, pode deixar a sua empresa um passo à frente dos concorrentes. 

Porém, entendemos que o caminho a percorrer até atingir um bom nível de alfabetização de dados ainda é bastante longo. O estudo revelou que 78% da força de trabalho global está disposta a investir mais tempo e energia para melhorar o conjunto de habilidades de dados, mas apenas 34% das empresas realmente fazem algo sobre o assunto, oferecendo treinamento em Data Literacy.  

Não se trata apenas do pouco interesse dos funcionários, pois em apenas 17% dos casos há um incentivo para que eles se sintam mais à vontade com os dados. E somente 36% dos líderes empresariais de todo o mundo estão dispostos a pagar salários mais altos para colaboradores que são alfabetizados em dados. 

Não é só no Brasil que ambas partes, tanto empregador quanto colaborador, precisam compreender o valor que uma boa análise de dados pode agregar em seus negócios. E você, está preparado para aumentar seus resultados investindo em funcionários com alfabetização de dados e em treinamentos em Data Literacy? 

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